sábado, 5 de março de 2022

A Guerra na Rússia

 A Rússia inicia uma invasão na última semana, e o caos se instala na Ucrânia, o país-alvo, com diversos civis se refugiando nos vizinhos ao oeste, indo primeiramente a Polônia, fronteira natural, e depois dispersando para outros lugares europeus.

O fato é que nesse cenário tentam arranjar um culpado para chamar de seu, e as diferentes teorias das relações internacionais, permitem as diferentes análises entre os especialistas, mas há pontos óbvios que todos juntam as mãos e concordam: a autocracia de Putin, a surpreendente liderança de Zelenskyy, os (dessa vez) corretos avisos de Biden sobre invasão, e seus esforços em conjunto com a União Europeia para realizar sanções a Rússia.

Enquanto os poderosos guerreiam, ou tentam evitar que o conflito sofra uma escalada monumental e se expanda, o povo sofre, numa nação que já vivenciou o maior acidente nuclear do século XX, em Chernobyl, além de estar lidando com os separatistas da região de Donbass (Donetsk e Luhansk) desde 2014, no que muito classificam como uma guerra civil, um grande ensaio para esse cenário de 2022. O povo ucraniano e o russo sofrem, tal qual os ajudantes poloneses. As filas dos refugiados aumentam a cada dia, e russos são presos por protestar em São Petersburgo e Moscou. Kiev resiste a sua queda, e Lviv tenta emular quase-normalidade, afinal, os conflitos nem apareçaram por ali, tirando alguns bombardeios aéreos ao longe da cidade.

Putin brinca de guerra, premeditada há anos desde antes da Criméia, desejada por conta da ideia de Grande Rússia, a união dos povos eslavos derivados do Rus de Kiev, conclamado como a origem dos dois países e de Belarus também. É de seu desejo o retono há uma grande nação, expressado pelo nome de seu partido, o Rússia Unida, e pelos seus gestos, em busca de manter russo todo aquele que se considera russo, num aceno ao czarismo e a grandiosidade do antigo Império, além da extensão soviética. Não deixa a Ucrânia se aproximar daqueles que, como país independente que é, deseja manter relações. Nosso autocrata conservador, no entanto, acredito que, com certeza, seria mais rápido em seus desejos.


O embate vai durar mais entre Zelensky e Putin
Reprodução: Ian LANGSDON / POOL / AFP