sábado, 5 de setembro de 2015

A Criança e o Mundo

Imagem representativa, e menos impactante dentre as encontradas


Existe dor em todos os cantos do mundo.
Mas, ontem muitos cidadãos do lado ocidental do Mundo se deram conta, realmente, do que acontece no Mediterrâneo desde sempre, mas vem ganhando grande repercussão ultimamente: A chegada de Imigrantes em péssimas condições de vida.
Desde que o Mundo é Mundo que o homem se move, busca outro lugar para viver, e desde que o Mundo é Mundo existe o amor, a solidariedade, e a compaixão, assim como existem a desconfiança, o rancor, e o medo. E é ao último grupo de sentimentos que os governos europeus estão se agarrando para analisar a Onda Imigratória, com medo de que haja infiltrados do Estado Islâmico, Al-Qaeda, ou outro grupo terrorista, planejando fazer outro atentado, coisa bem vista nas falas recentes do premier húngaro Viktor Obran, declarando também que toda a Crise é um problema alemão, por causa da preferência dos imigrantes para ir àquela nação. O primeiro-ministro também enfatiza que a crise só começou, fato que Aguinaldo Silva, jornalista e autor de novelas, falou em seu blog, ressaltando rapidamente também o problema das embarcações utilizadas pelo imigrantes no Mediterrâneo.
Faz tempo que a Europa transformou-se numa barreira medrosa contra o Imigrante. As regras para pisar em solo Europeu são complicadíssimas, seja para passeio ou estabelecer uma vida no Velho Continente, e além disso grupos xenófobos atacam estrangeiros e seus descendentes, causando pânico nas minorias étnicas, mesmo que visitantes.
Mas a frieza da Europa (e do Mundo) ocidental foi um pouco amolecida pela cena que dominou a Internet nos últimos dias, a do menino sírio Aylan Kurdi, enterrado hoje na Síria, que virou símbolo da Crise Imigratória, causada pela perseguição extremista no Oriente Médio e partes da África, e pelas Guerras Civis, e Governos Ditatoriais. Só esse ano 34% dos imigrantes irregulares que chegaram a Europa por via marítima eram sírios, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, o ACNUR, outros números expressivos vem dos afegãos, eritreus, somalis, e nigerianos, cada nacionalidade enfrentando sérios problemas em sua terra natal, como mostrado em reportagem da Folha de São Paulo. Segundo o órgão da ONU, em 2014 o número de pessoas que se deslocou por causa de guerras e conflitos foi dramático: mais de 59 milhões de pessoas. A situação deu margem para que um poderoso empresário egípcio solicitasse aos governos grego e italiano a compra de pelo menos uma ilha para criar um país para os refugiados.
A Síria, e ultimamente a Nigéria, vem se destacando negativamente por causa dos radicais do Estado Islâmico e do Boko Haram, recém-aliados inclusive, que perseguem as minorias, seja elas religiosas, sexuais, políticas, e também combatem seus opositores com o mesmo "vigor".
Enquanto isso Aylan é o símbolo de vários imigrantes fugidos de suas casas, rotinas, e medos, buscando a paz, seja na Europa, ou outros locais; e a foto de seu frágil corpo na areia se eterniza, como tantas outras, para lembrar as futuras gerações, mais uma vez, os males das guerras e da opressão, da falta de assistência, e das negativas.
Ah, e não esqueçamos também das outras milhares de crianças, sobreviventes ou não, dessa travessia.

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