sexta-feira, 4 de junho de 2021

O Ministério da Saudade

 A alguns meses, eu comecei um texto, e não o concluí. Era um texto que falava sobre mais uma troca de ministro da saúde em tempos de pandemia. Hoje é dia 04 de junho de 2021, e o Brasil vive a CPI, o caos, e as brigas entre os apoiadores do presidente e os que querem sua imediata saída do poder. Resgato o não-publicado texto em sua íntegra para dar continuidade ao que necessito falar nesse meu bel espaço:

Estamos em 24 de março de 2021, iniciando o ano 2 do decreto de pandemia em solo brasileiro, e pela quarta vez em um ano estamos trocando de ministro da saúde. No caso, nós, o povo, não; mas sim o mandatário da nação, no momento. 
De Mandetta a Queiroga, o Brasil travou debates acirrados nessa área, e viu cada ministro se manter ou cair, ao gosto da política sanitária que o presidente defende. Bolsonaro abraçou uma política anti-isolamento social e a favor de uma imunidade de rebanho, desejando que mais gente pegue o vírus, para ganhar a imunidade, e a economia não parar de girar. 
O presidente parece não captar que Economia é, acima de tudo, uma ciência humana, com muitas exatas, mas acima de tudo humana. Ela se baseia acima de tudo, no ser humano.

O presidente não reconhece em nós, povo ao qual deveria governar, apenas ratinhos de laboratório e gado ululante, que deve seguir cego suas ordens. Dos discursos na televisão e internet, às ações tomadas nesse tempo pandêmico, Jair Bolsonaro, ganhou o asco de boa parte dos líderes mundiais, dos estrangeiros, e de uma boa parte do país. O mitômano mais notório da população, cercados de seus ajudantes mal intencionados, nos guia sem medo algum, ao desespero econômico, a devastação, e a falta da saúde.

A CPI da Pandemia demonstra isso a cada depoente, seja aliado, ou opositor, ou até uma figura neutra, que iria se comunicar com quem quer que estivesse no governo. O presidente retardou vacina a sua população, escolheu incompetentes para provas suas teses, armou e desarmou quase tudo que esteve ao seu alcance para forçar a abertura de comércios em fases críticas, e formar factódies de informações sem contextos e mal explicadas, na busca, de mais uma vez ser o correto da história.

O brasileiro tem fome e necessidade, tem vontades e desejos, tem esperança no mar do desespero que corrói essa nação-continente do Oiapoque ao Chuí, e sabemos que o presidente é o pior que teríamos nessa situação. Que daqui há 30 anos ou mais não nos esqueçamos, e que em todas as eleições recordemos que uma pandemia pode surgir, e, então devemos nos perguntar: o que faria candidato x, ou y, em caso de emergência sanitária? Não pode ser como foi o Bolsonaro.

Por fim, fica no ar as dúvidas, até quando Bolsonaro será amaciado para continuar a governar desastrosamente, para ser mais comedido, o nosso país? Até quando ficaremos a mercê de Posto Ipiranga, da Boiada, da Cloroquema, da Elsa acordando a Bela Adormecida com um beijo gay, do massacre indígena, da milícia física e digital, do gabinete do ódio, do astronauta, do pokémon chuveiro, dos cagões de farda, do alt-right inernacional, do pum do palhaço, do conselho paralelo, da mamadeira de piroca, das teorias da conspiração?

Um bom grupo ministerial? Tenho saudades.

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